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PMES DO INTERIOR DE SP BUSCAM MAIS CRÉDITO

Negócios no interior paulista foram os que mais demandaram crédito no primeiro semestre deste ano - 70% dos R$ 203,8 milhões desembolsados em financiamentos pela Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP). No mesmo período do ano passado, pequenas e médias empresas dessas cidades receberam 65% dos R$ 168,5 milhões.

As PMEs de todo o Estado receberam 21% mais investimento do que no primeiro semestre de 2017. Campinas, Sorocaba, Bauru e Ribeirão Preto estão entre as principais localidades atendidas neste ano. Os demais 30% em empréstimos foram requeridos na região metropolitana.

"O interior paulista sempre foi muito forte porque concentra, além das grandes indústrias, pequenas e médias empresas, algo que diferencia o Estado praticamente de todo o resto do país. Como São Paulo conta com infraestrutura rodoviária, a logística não é problema para quem se instala em lugares mais distantes", diz Álvaro Sedlacek, presidente da Desenvolve SP.

O presidente da agência de fomento ressalta dois outros fatores que influenciam o bom desempenho do interior: o fato de a maior parte das rodovias ser estadual, por isso não dependente da manutenção pela União, e a expansão universitária fora da capital. Neste aspecto, vale citar a USP, com campi distribuídos por diferentes cidades, e a Universidade de Campinas (Unicamp), que também tem impacto em economias vizinhas.

Sedlacek lembra ainda que muitas empresas optam por se instalar no interior atraídas pela oferta de preços mais baixos. "Praticamente tudo é mais barato, embora existam gargalos, pois não há à disposição todos os tipos de serviços."

De acordo com o levantamento semestral, a área de projetos de inovação disruptiva e para incremento respondeu por quase 20% dos financiamentos. Com essa visão, a Tamtex Coletes Balísticos, instalada em Santo André, recorreu à Desenvolve SP para aperfeiçoar a qualidade de seus produtos e expandir a cobertura nacional.

"A ideia é equiparar o nível da nossa produção ao dos estrangeiros", conta Felipe Silvério, sócio da empresa - que fatura R$ 5 milhões por ano. Segundo ele, o aporte obtido com a agência visa desenvolver coletes de alta resistência, porém cada vez mais leves.