SALÁRIO MÍNIMO SOBE, MAS PODER DE COMPRA DO BRASILEIRO SEGUE ESTAGNADO ATÉ 2026
Mesmo com o aumento real do salário mínimo, que chegou a R$ 1.518,00 em 2025 – um reajuste de 7,5% em relação a 2024 –, o poder de compra do brasileiro deve seguir estagnado até 2026. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela consultoria LCA 4intelligence. Segundo a análise, a alta contínua dos preços dos alimentos e a valorização do dólar impedem qualquer avanço no poder aquisitivo frente à cesta básica.
O levantamento destaca que o cenário atual, com inflação de alimentos elevada e custos ainda acima dos níveis pré-pandemia, dificulta que o salário mínimo alcance o mesmo poder de compra observado no passado. Mesmo com o reajuste anual baseado na soma da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, os ganhos continuam insuficientes para uma recuperação significativa.
Impactos da pandemia e inflação pressionam famílias
Desde o início da pandemia, o poder de compra do salário mínimo sofreu quedas acentuadas. Em 2022, influenciado pela guerra entre Rússia e Ucrânia e eventos climáticos extremos, o salário mínimo chegou a comprar apenas 1,5 cesta básica – longe do pico histórico de 2,2 cestas básicas registrado em 2010. Em novembro de 2024, o número subiu para 1,7 cesta, mas segue abaixo dos patamares desejados.
O cenário para 2025 e 2026
Embora haja expectativas de inflação mais controlada nos próximos dois anos, os preços dos alimentos devem permanecer altos, de acordo com as projeções da LCA. Além disso, a desvalorização do real e as incertezas fiscais continuam pressionando a economia, criando desafios para o governo.
O estudo também ressalta o impacto político desse cenário. O cientista político Creomar de Souza avalia que o poder de compra estagnado pode influenciar negativamente a percepção da população sobre o governo, especialmente em um contexto em que a economia é um dos principais termômetros para a aprovação popular.
Com as projeções indicando estagnação do poder de compra até 2026, o desafio do governo federal é apresentar medidas efetivas para controlar a inflação, estabilizar o real e retomar o crescimento econômico. Enquanto isso, o impacto no orçamento das famílias brasileiras deve continuar a ser sentido, reforçando a necessidade de políticas que priorizem a recuperação do poder aquisitivo.