RECEITA FEDERAL REGISTRA ARRECADAÇÃO DE R$ 216,727 BI EM SETEMBRO E SUPERA RESULTADOS HISTÓRICOS
Desempenho de setembro confirma retomada da atividade econômica e evidencia o papel estratégico dos profissionais de contabilidade na análise fiscal e no cumprimento das obrigações tributárias.
A Receita Federal divulgou nesta quinta-feira (23), durante entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, que a arrecadação total das receitas federais alcançou R$ 216,727 bilhões no mês de setembro, uma alta real de 1,43% sobre o resultado de igual período de 2024, quando atingiu R$ 203, 169, marcando um crescimento de 6,67%, em termos nominais.
Durante os nove primeiros meses deste ano, em acumulados, a arrecadação federal somou R$ 2,105 trilhões, marcando 3,49% de elevação em termos reais se comparado com o mesmo período do ano anterior, R$ 1,934 trilhão. O resultado acumulado entre janeiro e setembro de 2025, em termos nominais, foi 8,85% superior ao de igual período de 2024.
Segundo a Receita, os valores arrecadados representam o melhor desempenho de arrecadação apurados desde 1995, tanto para o resultado específico de setembro quanto para o desempenho acumulado ao longo dos primeiros meses do ano.
Todos os dados apresentados na entrevista foram detalhados pelo chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, Claudemir Malaquias e pelo coordenador de Previsão e Análise da Receita, Marcelo Gomide, assim como pelos auditores-fiscais do órgão.
Durante a apresentação dos números, a Receita ressaltou que a base de comparação de setembro teve influência por eventos não recorrentes ou alterações de legislação que ocorreram em 2024, sem contrapartida em 2025. Se não considerar os pagamentos atípicos, o crescimento real atingiria 4,86% na arrecadação do período e 3,87% no mês de setembro.
De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros, em setembro de 2024, a base de arrecadação ficou acima do fluxo normal, em razão do diferimento concedido ao Rio Grande do Sul, em 2024, devido à calamidade causada pelas chuvas, quando os contribuintes puderam postergar o pagamento de tributos.
Mostrou também que em setembro deste 2025 houveram fatores como elevação de arrecadação de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), devido às alterações na legislação por meio do Decreto nº 12.499/2025, além das altas nos recolhimentos incidentes sobre fundos e títulos de renda fixa, juros sobre Capital Próprio e da Receita Previdenciária.
Apesar disso, houve retração nos recolhimentos do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucros Líquido (CSLL), completou Gomide.
Levando em conta apenas as receitas administradas pela Receita Federal, a arrecadação de setembro totalizou R$ 210,702 bilhões. O valor representa um crescimento real de 1,88% e nominal de 7,15% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando o montante arrecadado foi de R$ 196,646 bilhões.
Nos nove primeiros meses do ano, as receitas administradas pela Receita Federal alcançaram R$ 2,016 trilhões, o que representa crescimento de 4,10% em termos reais e de 9,49% em termos nominais em comparação ao mesmo período de 2024, quando o total arrecadado foi de R$ 1,841 trilhão.
Na comparação entre setembro deste ano e o mesmo mês de 2024, diversos fatores ajudam a explicar o resultado da arrecadação, especialmente o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos.
A produção industrial de agosto apresentou queda de 1,61% em relação a igual período do ano anterior, enquanto as vendas de bens recuaram 2,06%. Por outro lado, as vendas de serviços cresceram 2,48%, e a massa salarial registrou aumento de 12,13%.
O desempenho da arrecadação reforça o papel estratégico da contabilidade na gestão fiscal das empresas, especialmente diante de mudanças legislativas e ajustes nas alíquotas de tributos federais. O acompanhamento contínuo das atualizações promovidas pela Receita Federal tem se mostrado essencial para evitar autuações, otimizar o planejamento tributário e garantir o correto cumprimento das obrigações acessórias — fatores que impactam diretamente a saúde financeira dos negócios e a previsibilidade das receitas públicas.
Além disso, o avanço das ferramentas digitais de cruzamento de dados fiscais e o uso crescente da inteligência artificial pelo Fisco ampliam a necessidade de atuação técnica e consultiva dos profissionais de contabilidade. A precisão nas informações declaradas, somada à transparência na escrituração digital, torna-se um diferencial competitivo para empresas que buscam conformidade e eficiência tributária em um cenário econômico de maior vigilância e automatização dos processos de arrecadação.
Com informações adaptadas do Ministério da Fazenda