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GOVERNO ANUNCIA CORTE DE R$ 8,6 BI E ADMITE FECHAR 2015 NO VERMELHO

Juntando com o corte anunciado em maio, já são quase R$ 79 bilhões que ficarão contingenciados. Detalhes dos cortes ainda não foram divulgados.

O governo admitiu que vai economizar menos este ano e avisou que pode até fechar no vermelho. A redução da meta veio acompanhada de um novo corte de gastos.

Mas ainda não está claro como é que vai ser essa tesourada, que setores vão ter cortes.

Falta detalhar como esta tesoura vai passar em diferentes áreas. Ministros do governo acordaram preocupados com a tesoura, porque os detalhes dos cortes ainda não foram divulgados. A área econômica encarou a dura realidade dos números e viu que não dava para cumprir o que tinha prometido, a economia este ano para pagar os juros da dívida pública, e fez as novas mudanças para tentar ajudar a equilibrar as contas, em um ano em que a arrecadação de impostos está baixa.

O governo não tem conseguido economizar para pagar os juros da dívida pública. Pelo contrário, essa dívida até aumentou nos últimos meses. Sabe por quê? Tem entrado menos dinheiro nos cofres públicos. É que a economia anda devagar.

Ao invés de guardar no bolso R$ 66 bilhões, para pagar os juros da dívida, o governo promete reservar apenas R$ 8,7 bilhões. A esperança é reforçar esse caixa

até o fim do ano com R$ 26,4 bilhões. Vindo de novas concessões de serviços públicos, com leilões, e de outras medidas que ainda dependem de aprovação do Congresso: pagamento de dívidas por empresas e de impostos de quem mandou dinheiro para o exterior e não declarou.

Mas se tudo der errado, o governo quer ser perdoado por não cumprir a meta. E para isso colocou uma cláusula no projeto enviado ao Congresso. Ela permite que o dinheiro não arrecadado seja deduzido da meta. "Até porque o governo, como a maioria dos agentes da economia, não controla o quanto ele ganha, a gente controla o quanto gasta. Então, tem algumas receitas que dependem de implementação ou de autorização legislativa ou da própria resposta do mercado", afirmou o ministro do planejamento, Nelson Barbosa.

Outra decisão tomada pelo governo é gastar menos. O novo corte no orçamento é de mais de R$ 8 bilhões. Juntando com o corte anunciado lá em maio, já são quase R$ 79 bilhões que vão ficar contingenciados. Palavra difícil, né? Mas ela quer dizer que esse dinheiro todo vai ficar congelado, o governo só vai gastar se a situação melhorar.

Enquanto não melhora, o corte vai ser em todos os ministérios. "Nós estamos trabalhando com realismo, dando informações com total transparência e muita tranquilidade para que o mercado possa fazer as suas avaliações e, ao mesmo tempo, que a gente está mantendo a disciplina fiscal, inclusive com uma redução adicional de gastos", explicou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

E com realismo, tudo isso que foi anunciado é tradução da crise econômica. O governo reconheceu que muitas empresas devem impostos, sim, mas não têm como pagar, não têm dinheiro, mais um motivo para a queda na arrecadação.