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ASSESSOR DE SALLES ALVO DE INVESTIGAÇÃO DA PF É EXONERADO DO CARGO

O assessor especial do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Leopoldo Penteado Butkiewicz, deixou o cargo. A exoneração, a pedido — quando o servidor manifesta o desejo de deixar a administração pública — foi assinada pelo ministro da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos.

Butkiewicz era assessor do ministro Ricardo Salles e é alvo de investigação da PF
José Cruz/Agência Brasil

Leopoldo Penteado Butkiewicz é alvo de investigação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de contrabando de produtos florestais. As apurações embasaram decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que decretou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Salles.

Na decisão que além das quebras de sigilo autorizou mandados de busca e apreensão, Alexandre narra que a Polícia Federal sustenta que ao menos dois agentes públicos investigados também tiveram "inúmeras comunicações" ao Coaf por operações suspeitas.

Segundo uma testemunha, desde janeiro de 2021, Leopoldo Penteado Butkiewicz, por ser assessor especial do atual ministro de Meio Ambiente, passou a atuar de forma direta no Ibama.

Conforme a decisão de Alexandre, a testemunha disse que desde 2015 (período em que atuava na área de infrações ambientais) "nunca tinha visto um assessor direto do ministro do Meio Ambiente atuar dessa forma e que, segundo se recorda, o referido agente público de confiança participaria dos grupos de Whatsapp do SIAM/GAB, tendo por diversas vezes dado ordens diretamente ao depoente e intercedido em favor de autuados".

No último dia 31, a Procuradoria-Geral da República enviou petição ao Supremo Tribunal Federal em que pede a instauração de inquérito para apuração de suposta prática de delitos cometidos pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles. Ele teria em tese incorrido, segundo a peça, nas condutas de praticar advocacia administrativa, obstar ou dificultar a fiscalização ambiental e impedir ou embaraçar a investigação de infração penal que envolva organização criminosa. O documento é assinado por Humberto Jacques de Medeiros, vice-procurador-geral da República