DESAPARECIMENTO DE MENINOS DE BELFORD ROXO SERÁ TEMA DE DEBATE NA EMERJ
No dia 27 de dezembro de 2020, três amigos saíram para brincar em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Hoje, mais de cinco meses depois, as três famílias continuam sem respostas sobre o paradeiro das crianças. Onde estão Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre da Silva, de 11 anos, e Fernando Henrique, de 11 anos?
O Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), em sua 22ª reunião, promoverá, no dia 10 de junho, às 18h, via Zoom e YouTube, uma ampla discussão a respeito do assunto no webinar “O misterioso desaparecimento dos meninos da Baixada Fluminense: a criança pobre e negra é mais difícil de achar?”. Haverá tradução para Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Participarão do encontro o presidente do Fórum, desembargador Alcides da Fonseca Neto; o vice-presidente do Fórum, desembargador Luciano Silva Barreto; o juiz Rubens Roberto Rebello Casara; o coronel RR. Íbis Silva Pereira; o professor José Cláudio Souza Alves; Nívia Raposo, articuladora de territórios da Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJR), Rede de Mães e Familiares da Baixada e do movimento “Parem de nos matar”; e Patrícia de Oliveira da Silva, protagonista na criação da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, do Núcleo de Direitos Humanos da Subprocuradoria de Direitos Humanos do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Conselho Estadual de Direito Humanos, da Rede Nacional de Mães e Familiares de Vítimas de Violência do Estado.
O desaparecimento
Na manhã daquele domingo, os três jovens saíram para jogar bola no campo de futebol localizado ao lado do condomínio onde moravam, no bairro Castelar, em Belford Roxo, Baixada Fluminense. Na época, as famílias disseram que os filhos estavam acostumados a sair para brincar juntos, mas naquele dia não retornaram.
Uma das linhas de investigação era de que traficantes locais estariam envolvidos com o desaparecimento das três crianças. No começo de março, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) encontrou, em imagens de câmeras de segurança, os três garotos passando pela Rua Malopia, em Vila Medeiros, uma região vizinha. .
Há pouco tempo, no mês de maio, uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro resultou na prisão temporária de membros de uma quadrilha que atuava no Complexo do Castelar. Entre os crimes citados na investigação para a operação está o desaparecimento do Lucas, do Alexandre e do Fernando.
De acordo com dados atualizados da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) SOS Crianças Desaparecidas, há, no Rio de Janeiro, 578 crianças desaparecidas. Ainda de acordo com os dados, no total, são 392 meninos e 186 meninas, sendo 145 crianças brancas e 117 crianças negras desaparecidas. A Fundação já localizou mais de 3.265 crianças. Dessas, 1.004 eram brancas e 695 negras.
Serão concedidas horas de estágio pela OAB/RJ para estudantes de Direito participantes do evento “O misterioso desaparecimento dos meninos da Baixada Fluminense: a criança pobre e negra é mais difícil de achar?”. A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo link: https://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/eventos/eventos2021/webinar/O-Misterioso-Desaparecimento-dos-Meninos-da-Baixada-Fluminense.html