ESTUDO MAPEIA OS IMPACTOS DA CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA PARA A LOGÍSTICA 4.0
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Pesquisa realizada pela Sovos aponta que o setor logístico vem trilhando um caminho de ascensão, adaptabilidade e transformação digital acelerada no Brasil - em especial durante a pandemia da Covid-19 – criando rotas essenciais não só para dar vazão às novas demandas do mercado, como para suprir as necessidades do novo perfil de consumidor: o digital.
O aumento expressivo do e-commerce no país – o qual cresceu 73,88% em 2020 segundo dados do índice MCC-ENET– e o impulsionamento estratégico da cadeia de suprimentos, que se mostrou primordial, por exemplo, para o abastecimento de vacinas e insumos hospitalares, impulsionou a necessidade de renovação do setor.
Isso mediante desafios como isolamento social, retração da atividade econômica, queda do PIB (Produto Interno Bruto), problemas de infraestrutura e, claro, um complexo cenário fiscal.
Carga pesada
Para se ter uma ideia do peso fiscal incidente sobre o segmento logístico no Brasil, segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) os impostos consomem 20% da receita bruta das empresas de transportes rodoviários de carga – que respondem por mais de 60% desse mercado no país.
Dados do Ilos (Instituto de Logística e Supply Chain) indicam, ainda, que o custo logístico no Brasil representa cerca de 12,3% do PIB nacional e cerca de 7,6% da receita líquida das empresas, considerando transporte, estoque e armazenagem.
Já entre os tributos que mais incidem sobre as empresas de transporte, os três principais são: ICMS (que é aplicado apenas sobre transportes intermunicipais), contribuições previdenciárias e PIS/Confins incidentes sobre a receita bruta dos negócios, de acordo com a Confederação Nacional dos Transportes.
Rotas alternativas
Considerando que as empresas brasileiras gastam, em geral, mais de duas mil horas anuais com questões tributárias, quase três meses de força de trabalho são gastos com um processo que pode ser automatizado.
Segundo pesquisa realizada pela Sovos, a digitalização de impostos é capaz de gerar uma economia de até 5% na carga de tributos e de compliance fiscal das empresas, atualmente em torno de 34% no Brasil.
“O crescimento exponencial do setor logístico durante a pandemia evidenciou também os desafios enfrentados pelo segmento, incluindo a necessidade de se reinventar. Como se não bastasse a alta carga tributária aplicada sobre toda a cadeia produtiva, a complexidade da legislação fiscal do país também se apresenta como outro foco de atenção para as empresas do setor se manterem em conformidade fiscal. Soluções tecnológicas, como a digitalização dos impostos, surgem como alternativa para mitigar possíveis problemas com o Fisco, bem como economizar tempo e dinheiro nos processos fiscais”, comenta Paulo Zirnberger de Castro, country manager da Sovos Brasil.
Ainda de acordo com o executivo, a tendência é que a migração para o digital continue no cenário pós-pandêmico, com maior investimento em um planejamento tributário que reúna inteligência fiscal e tecnologia de ponta para automatizar processos, tais quais o cálculo e determinação de impostos, geração de obrigações fiscais e acompanhamento em tempo real das mudanças na legislação tributária.