CAMPANHA FLUXO DA DIGNIDADE CHEGA ÀS ESCOLAS MUNICIPAIS
A campanha Fluxo da Dignidade, desenvolvida pelo Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero, de Apoio às Magistradas e Servidoras e de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação (Cogen) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro para conscientizar a sociedade sobre a pobreza menstrual, está chegando às escolas municipais. Nesta segunda-feira (25/10) a presidente do Cogen, desembargadora Andrea Pachá, e as juízas Mirela Erbisti e Rosana Albuquerque França, integrantes do comitê, fizeram a entrega simbólica de parte dos absorventes arrecadados na mobilização do TJRJ à Escola Municipal Joaquim Abílio Borges, no Humaitá.
Diante de olhares atentos de alunas e alunos, a comitiva do Cogen, que contou também com as presenças da assistente social Soyanni Silva Alves e da psicóloga Marcia Valéria Guinancio, servidoras do Tribunal, levou ao conhecimento dos estudantes mais do que absorventes: as magistradas falaram aos adolescentes sobre a origem do Cogen, sobre a campanha Fluxo da Dignidade e da importância do debate da pobreza menstrual. Com linguagem simples e direta, elas alertaram os jovens sobre o direito básico das meninas aos absorventes e a necessidade do debate sobre o tema.
"Para mim é uma alegria presidir o Cogen e poder conversar com vocês sobre a desigualdade e sobre a importância de nós assumirmos a condição de nossos direitos. Não precisa pedir favor, isso não é auxílio absorvente. Isso é um material básico para qualquer menina que menstrua e que não tem acesso ao absorvente, que é um material de primeira necessidade como é a comida, o papel higiênico, o sabonete, o xampu. Espero que vocês se engajem nesse projeto", incentivou a desembargadora Andrea Pachá.
Ela também informou aos estudantes que a distribuição de absorventes nas escolas públicas deverá se transformar numa política pública. "Nós já recebemos a sinalização do poder público que isso agora será uma política pública. Então, nesse momento, o que nós fizemos foi desencadear, dar visibilidade a isso", disse.
Primeira a abordar a campanha com a garotada, a juíza Mirela Erbisti também contou como nasceu o Cogen e destacou a relevância do comitê. Já a juíza Rosana Albuquerque França fez questão de lembrar que a discussão da pobreza menstrual também deve envolver os homens. Mãe de dois meninos, ela revelou que seus filhos também se engajaram à causa em suas escolas.
Com 346 alunos adolescentes, a E.M. Joaquim Abílio Borges já tem estudante que abraçou a ideia de levar a campanha e a discussão adiante. Aluna do 8º ano, Maria Eduarda Garcês, de 13 anos de idade, escreveu à direção sobre a necessidade da escola conscientizar os estudantes sobre o tema. Sua carta foi lida para a magistradas.
"Eu não cheguei a ficar sem absorventes, mas já tive poucos e vi amigas sem ter. Muitas garotas passam por essa necessidade", contou Maria.
Alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a campanha Fluxo da Dignidade foi iniciada em julho no TJRJ e em um mês arrecadou 50 mil absorventes. O material foi doado para escolas estaduais e municipais.