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PROJETO REPLANTANDO VIDAS DÁ NOVO FUTURO A EGRESSOS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO

Uma nova oportunidade pode mudar vidas. Foi isso o que aconteceu com Luciana Lucinda Ventura, de 23 anos, moradora de Campo Grande, Zona Oeste do Rio, e egressa do sistema penitenciário. Seu primeiro emprego foi por meio do projeto da Cedae Replantando Vidas, realizado com o apoio da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). “Foi algo muito importante na minha vida. Para a gente, que saiu da cadeia, é muito difícil conseguir trabalho, muitas pessoas viram as costas para a gente, tem muito preconceito. Esse projeto me ajudou a botar comida dentro de casa, a não passar necessidade. Cometemos um erro no passado e estamos tentando mudar. Ele me deu um futuro, me ensinou a ser profissional. Sou até mais respeitada onde moro, me veem como uma trabalhadora”, afirmou a jovem, que há quatro anos mudou de vida graças à iniciativa. 

 

Carlos Vicente, de 41 anos, que mora em Madureira, na Zona Norte, também passou a ter novos objetivos de vida após ser acolhido pelo projeto.  “Desde os 18 anos, eu seguia em uma vida totalmente ao contrário, só fazia coisa errada, fui preso cinco vezes.  Agora, para mim, este projeto, em que eu trabalho há quatro anos, é tudo de bom. Se não fosse ele, acredito que agora estaria preso ou morto. Me tirou do caminho errado do crime”, disse emocionado.  

 

Luciana, de 23 anos, e Carlos Vicente, de 41 anos, dois egressos beneficiados pelo projeto da Cedae Replantando Vidas

A assinatura simbólica do contrato atual da Cedae com a Fundação Santa Cabrini para a contratação de gerenciamento de mão de obra do sistema prisional do Estado do Rio de Janeiro foi realizada hoje (27/10) no Tribunal de Justiça do Rio, na presença do presidente do TJRJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, que recebeu uma placa com uma importante mensagem. 

 

“Essa placa emociona demais por estar nela escrito um lema de vida - ‘embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim’. É um reconhecimento de que o Judiciário do Rio é uma casa aberta a todos que necessitem do serviço público. A Justiça é de todos, não pode ficar fechada dentro de seus próprios muros. Este projeto é um trabalho de vital importância. Devemos olhar para quem precisa e dar instrumentos para que retornem ao convívio social para ter uma vida boa daqui para a frente, satisfeitos em estarem produzindo para a sociedade como todos devemos fazer, cada um em seu segmento”, disse o magistrado.  

 

Na saída, foram entregues mudas plantadas pelos participantes do projeto, que conta hoje com  600 egressos do sistema penitenciário fluminense. Entre os participantes do Replantando Vidas, o percentual de não reincidência no crime é de 80%.  

 

Para o presidente da Cedae, Leonardo Soares, é necessário propagar e incentivar cada vez mais instituições públicas e privadas a aderir a iniciativas como esta. “Devemos ampliar esta ação, incentivando a quebra do preconceito e a contratação desta mão de obra eficiente. Em meio aos desafios enfrentados frente à empresa, encontrei este programa sensível, empático e de grande relevância social”, destacou.  

 

Estiveram presentes na cerimônia cerca de 30 participantes do projeto, além do presidente da Fundação Santa Cabrini, Helton Yomura; magistrados, promotores, entre outros.