BLOGUEIRO BOLSONARISTA É CONDENADO POR VINCULAR PSOL A ATENTADO CONTRA BOLSONARO
Por considerar que ficou demonstrada a intenção de difamar, o Tribunal de Justiça do Paraná condenou o blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio Filho a indenizar o Psol em R$ 10 mil pelo crime de difamação, conforme publicado na coluna da Mônica Bergamo, no jornal Folha de S. Paulo.
Oswaldo Eustáquio acusou o Psol de envolvimento no episódio da facada dada em Bolsonaro
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Eustáquio afirmou, em abril de 2020, que um braço político ligado ao partido teria agido junto com Adélio Bispo no episódio da facada dada em Bolsonaro em 2018.
Em publicação no portal Renews, o blogueiro disse que existiam suspeitas de que a legenda e o ex-deputado federal Jean Wyllys eram "os mandantes do crime que tentou tirar a vida do presidente".
"Um braço político ligado ao Psol [e] a Jean Wyllys surge como forte indício de que Adélio não agiu sozinho", escreveu. Adélio foi filiado ao Psol, mas nunca militou. Ele foi considerado inimputável pela Justiça em razão de sua doença mental.
O juiz Telmo Zaions Zainko destacou que o blogueiro bolsonarista deturpou o conteúdo de um depoimento prestado à Polícia Federal, citando falas não ditas e compartilhando conclusões sem qualquer base.
"Em nenhum momento é feita tal ilação, ao contrário, da leitura da íntegra do depoimento, o depoente menciona que ouviu 'alguém' ter comentado sobre os deputados do Anexo 4 [da Câmara dos Deputados] e o ex-deputado Jean Wyllys, no sentido de [que] não seriam políticos inúteis", afirmou o magistrado.
Assim, concluiu que a publicação foi maliciosa, restando demonstrado o animus difamandi na conduta, na medida em que Eustáquio tinha a intenção de macular a dignidade do Psol, indicando sua vinculação ao atentado praticado contra o presidente Jair Bolsonaro.
Além da indenização de R$ 10 mil ao partido, Oswaldo Eustáquio Filho foi condenado a uma multa no valor de um salário mínimo e à pena de detenção de quatro meses e 20 dias — que deverá ser cumprida em regime aberto.
O bolsonarista é investigado nos inquéritos das fake news e das milícias digitais e chegou a ser preso mais de uma vez por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por desrespeitar decisões do Tribunal.