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JUIZ PEDE MANIFESTAÇÕES SOBRE AVALIÇÃO DA CARTEIRA DE ATIVOS DE BANCO FALIDO

A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo pediu manifestações de credores, do falido e de demais interessados quanto ao relatório de avaliação da carteira de créditos da massa falida do Banco Santos. O valor final apontado é de aproximadamente R$ 2,5 bilhões.

Banco Santos faliu em 2005 e deixou dívida superior a R$ 3 bilhõesReprodução

Nesta quarta-feira (16/2), o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho deu o prazo de 15 dias para as manifestações. Em seguida, será a vez do Ministério Público, e, caso haja solicitação de esclarecimentos ou manifestações contrárias, será ouvida previamente a administradora judicial.

A massa falida corresponde ao conjunto de bens e direitos da instituição falida. A empresa de contabilidade BDO foi contratada para analisar e avaliar a carteira de ativos da massa falida — ou seja, todos os processos judiciais em que a massa falida consta como parte ativa. A carteira de ativos avaliada pela BDO envolveu 317 processos, sendo 294 ativos e 23 passivos, com um total de 211 devedores.

O resultado dos trabalhos da BDO foi compilado em um relatório, que chegou a um valor ponderado de R$ 2.469.568.075,88. A Adjud, administradora judicial da massa falida do banco, afirma que o ativo será levado a leilão assim que aprovado.

Histórico
O Banco Santos foi fundado no final da década de 1980 e faliu em 2005, deixando uma dívida de mais de R$ 3 bilhões, em valores atualizados.

Pouco depois da falência, o banqueiro Edemar Cid Ferreira, que controlava a instituição financeira, foi preso preventivamente sob a acusação de gestão fraudulenta. Ele foi condenado em primeira instância, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

A 2ª Vara de Falências paulistana foi responsável por decretar a falência do banco em 2005 e também promover o leilão de arte da massa falida, em setembro de 2020.

Caoa
No relatório da BDO, foi apurado um valor de R$ 854 milhões com relação ao Grupo Caoa, importante empresa do setor automobilístico.

Em janeiro do último ano, a Adjud havia informado em Juízo que a dívida do Grupo Caoa com o banco falido seria de R$ 1,6 bilhão. Segundo a administradora judicial, a instituição financeira tenta cobrar o grupo e suas coligações há mais de 15 anos, sem sucesso.

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0045770-22.2014.8.26.0100