EMPRESAS ESTÃO MAIS PREOCUPADAS COM SAÚDE MENTAL, IMPULSIONANDO EMPRESAS E STARTUPS DA ÁREA
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A saúde mental vem ganhando cada vez mais atenção no mundo empresarial, recebendo um novo olhar após a Síndrome de Burnout, doença ligada ao esgotamento físico e emocional no ambiente de trabalho, ter sido reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença do trabalho.
Especialmente após a pandemia, novas demandas por qualidade de vida e bem-estar psicológico tiveram um saldo no setor corporativo, impulsionando que as empresas tenham novas atitudes sobre o tema e ofertando benefícios relacionados, o que causou o impulsionamento de empresas e startups especializadas no setor de saúde.
A startup Vittude, que atende grandes redes como O Boticário e Renner, está apostando nesta tendência e desde março de 2020, viu sua receita crescer 540%, mostrando para os empreendedores que é preciso se preocupar com o time que envolve aquele trabalho.
Outra companhia que surgiu nesse mercado foi a Zenklub que oferece atendimentos digitais. Para o executivo da Zenklub Rui Brandão, o atendimento digital reduziu os preconceitos sobre os tratamentos. O número de clientes corporativos, em dois anos, saltou de 12 para 400.
“Se antes o digital era algo visto como de má qualidade, ficou provado que há muitos benefícios de acesso e comodidade”, diz Brandão. A startup já viabilizou 1,3 milhão de consultas.
A preocupação com a saúde mental virou uma oportunidade para empresas de outros ramos da saúde, como Gympass, que criou a plataforma Wellz.
O líder de novos negócios do Gympass, Rogério Hirose, conta que a iniciativa busca atender uma demanda vinda das empresas que já eram parceiras do negócio de academias. “A conscientização sobre saúde mental nas empresas aumentou”, diz.
Segmento ainda encontra desafios
Apesar da alta do mercado, as empresas do setor relataram dificuldades financeiras e que precisaram desligar parte das equipes. Sobre o tema, especialistas afirmam que as startups precisam melhorar sua eficiência operacional.
Há quem já projete uma onda de aquisições entre negócios que atuam no setor de saúde mental. “Aumentou muito o mercado interessado no setor, e isso chama a atenção de investidores para surfar nesse crescimento de migração para o mercado corporativo”, afirma Fábio Sanchez, sócio da firma de M&A JK Capital.
“Vemos uma tendência de consolidação do setor junto a grandes clínicas para alimentar toda a cadeia do setor. Devido aos contratos com empresas, a plataforma de saúde mental tem uma gama de vidas para atender, gerando uma série de clientes em potencial para um comprador”, finaliza Sanchez.
Com informações de O Estado de S. Paulo.