MORRE EM SÃO PAULO ANTONIO MAGALHÃES GOMES FILHO, EX-DIRETOR DA FDUSP
Morreu nesta segunda-feira (12/9), em São Paulo, o advogado e professor de Processo Penal Antonio Magalhães Gomes Filho. Ele foi diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 2010.
Professor Magalhães será sepultado nesta terça-feira no Cemitério da Consolação
Reprodução/FDUSP
Foi também no Largo São Francisco onde ele se graduou, em 1970, fez mestrado, em 1982, e doutorado, em 1989. Ele foi titular da cadeira de Direito Processual Penal e formou várias gerações de advogados.
Além da carreira de professor, Gomes Filho também publicou sete livros e uma série de capítulos de outros livros, artigos e pareceres no Brasil e no exterior.
Ele foi homenageado pela Faculdade de Direito da USP em 2019. Na ocasião, foi lançado o livro Processo penal humanista: escritos em homenagem a Antonio Magalhães Gomes Filho (D'Plácido). A obra foi organizada por Diogo Malan, Gustavo Badaró, Marcos Zilli, Maria Thereza Rocha de Assis Moura, Marta Saad e Maurício Zanoide de Moraes.
Professor Magalhães, como era carinhosamente chamado, deixa duas filhas — Mariângela Gama de Magalhães Gomes, também professora na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na área de Direito Penal; e a economista Gabriela Gama de Magalhães Gomes — e netos.
O velório terá lugar no Funeral Home (Rua São Carlos do Pinhal, 376, Bela Vista), das 8h às 15h desta terça-feira (13/9). O enterro será às 16h, no Cemitério da Consolação.
O advogado e professor da USP Pierpaolo Bottini lamentou a perda. "Difícil falar sobre o professor Magalhães. Professor, jurista e conselheiro. Suas aulas, didáticas e ao mesmo tempo profundas, marcaram minha formação. Foram exemplo e uma inspiração a um sem número de jovens que depois se tornaram professores das Arcadas. Ao mesmo tempo, colaborou com projetos de lei, pensou e repensou institutos e regras, enfim, contribuiu como poucos para o desenvolvimento do processo penal brasileiro. Deixará imensa saudade."
"É uma perda irreparável. Foi muito querido por todos seus amigos e soube conduzir com maestria a diretoria da Faculdade das Arcadas", comentou o professor Celso Fernandes Campilongo, atual diretor da SanFran, em nota publicada no site da faculdade.
Além de Campilongo, outros professores da entidade se manifestaram. Maurício Zanoide de Moraes, seu sucessor na cadeira de Direito Processual Penal, também lamentou a perda. "No livro Processo Penal Humanista descrevo o professor Magalhães, ressaltando sua consciência humana e como docente, sempre dedicado à formação de novos pensadores."
Para a vice-diretora da FDUSP, professora Ana Elisa Liberatore Bechara, Magalhaes deixa um grande legado humanista para a sociedade e para o Judiciário. "Como aluna do professor Magalhães, manifesto toda minha gratidão e admiração por esse grande jurista, que contribuiu de forma ímpar com o desenvolvimento do Direito Processual Penal brasileiro. Sensível à nossa realidade, formou gerações de pesquisadores e profissionais do Direito, que sempre estarão dedicados a honrar seu legado humanista".
"Triste perda, irreparável. O professor Magalhães combinou como poucos refinamento intelectual com simplicidade e elegância pessoal, o que a leitura de qualquer de seus escritos evidencia, e influenciou decisivamente a formação de alguns dos maiores juristas atuais. Em cada livro, artigo ou parecer, deixou lições preciosas de processo penal e da arte de escrever bem", afirmou o advogado e professor Rogério Taffarello.
A presidente do Superior Tribunal de Justiça, Maria Thereza Rocha de Assis Moura, docente no Departamento de Processo Penal, também lamentou a morte de Magalhães.
Carlos Teixeira Leite Filho, desembargador aposentado, era juiz substituto quando conheceu o promotor Magalhães. "Nos idos de 1982, recém chegado na antiga Vara Distrital de Pinheiros (ainda em frente ao Shopping Eldorado), foi importante demais contar com a simpatia, experiência e conhecimento jurídico transmitidos pelo Magalhães, o que transformava aquela rotina diária das audiências em momentos diferenciados. E inesquecíveis….", contou.