Mastologista e advogadas abordaram questões relativas ao câncer de mama; assista no YouTube

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com objetivo de disseminar informações a respeito da prevenção ao câncer de mama, derrubar mitos que cercam a doença e conscientizar mulheres em tratamento sobre os direitos específicos que as protegem - seja na relação com os planos de saúde ou com o Sistema Único de Saúde -, a OAB Mulher RJ promoveu na Seccional o evento “Outubro Rosa”, nesta quarta-feira, dia 26, em parceria com o movimento O Poder do Batom Vermelho, voltado para o empreendedorismo feminino. A transmissão está disponível no canal da OABRJ no Youtube.

O evento teve como desdobramento o anúncio, feito pela presidente da OAB Mulher RJ, Flávia Ribeiro, de uma nova campanha:  “Mamógrafo Já”. 
 

“São muitos os relatos de casos de câncer de mama em mulheres moradoras  no interior do Rio e de falta de equipamentos para o diagnóstico de câncer no SUS que chegam à comissão. Assim, vamos buscar parceria da Caarj e do poder público do estado para instalar mamógrafos nos equipamentos de saúde”, afirma Ribeiro.

O painel - todo feminino - se colocou diante de uma plateia composta também por sobreviventes da doença, que puderam interagir livremente com as especialistas, tirar dúvidas práticas e compartilhar relatos emocionantes. Foi o caso de uma professora que emocionou os presentes ao contar que, por coincidência, operou o câncer e reconstruiu as mamas no Inca. Uma das médicas da equipe havia sido sua aluna na infância. 

Ao lado da presidente da OAB Mulher RJ, estiveram a vice-presidente da OABRJ, Ana Tereza Basilio; a advogada e líder do movimento O Poder do Batom Vermelho, Ana Flavia Cunha; as advogadas Patrícia Hassoun e Pâmela Brito; a ouvidora da Mulher da OABRJ, Andrea Tinoco (conheça mais sobre a Ouvidoria da Mulher da OABRJ, iniciativa pioneira da gestão Luciano Bandeira entre as seccionais)  e a mastologista Fernanda Labre.

A representante do movimento entregou a Basilio uma homenagem pela atuação em prol das mulheres na advocacia. 

“O papel da OABRJ é também valorizar e exaltar mulheres como Ana Basilio, um paradigma da mulher advogada” disse Ribeiro. 

A vice-presidente da Seccional, ela própria uma sobrevivente, contou como superou a doença descoberta em 2012.

“Estava tomando banho e vi uma bola dura no meu seio direito e fiquei muito nervosa. A biópsia apontou para um tumor de cinco centímetros com provável metástase nos linfonodos, e o oncologista pediu que eu começasse a quimioterapia na manhã do dia seguinte. De tão grande, o câncer inviabilizava a cirurgia. Lá fui eu, apavorada”, lembrou, ressaltando a importância da mamografia de rastreio.

Basilio conta que preferiu raspar a cabeça preventivamente, usar peruca realista e manter inalterada a rotina profissional durante os seis meses de tratamento inicial com quimioterapia. Tudo sob o manto da discrição total.
 

“Só minha família imediata sabia. Não poderia conviver com pessoas achando que estava morrendo, precisava ser tratada com normalidade para que eu me sentisse bem. Somos mulheres profissionais. Se já sofremos com machismo e concorrência com homens em condições normais, imagine tratando um câncer. Perderia todos os clientes, o que seria um desastre emocional para mim”, contou. 

“O câncer fez com que eu parasse de me aborrecer com coisa miúda, dar mais valor à vida”.