INSS: 5,5 MILHÕES DE BRASILEIROS ESTÃO NA FILA DE ESPERA HÁ MAIS DE 45 DIAS PARA ANÁLISE DE BENEFÍCIOS
A fila de espera considera os beneficiários que estão esperando pela análise da concessão dos auxílios há mais de 45 dias.
Foto: Pedro França/Agência Senado
A fila de espera para concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já atingiu a marca de 5,5 milhões de brasileiros, de acordo com informações da equipe de transição do governo federal.
O número foi atingido em setembro deste ano, último levantamento das filas, e consideram as pessoas que solicitaram qualquer tipo de benefício do instituto e já esperam há mais de 45 dias, prazo máximo estipulado pelo governo e pelo próprio INSS para análise de concessão de benefícios.
Também são considerados nessa fila aqueles que entraram com recurso após terem o pedido de auxílios negado pelo instituto e ainda não obtiveram retorno sobre o caso.
O advogado integrante do grupo de transição de governo, Fabiano Silva dos Santos, que trata da previdência social, afirma que a proposta do grupo é trazer de volta o Dataprev, a empresa pública responsável pelo processamento e pagamento de benefícios, para o Ministério da Previdência Social.
"É uma empresa que foi sucateada. Tem que fazer concursos para trazer mais pessoas para trabalhar lá, pois além do INSS, eles atendem também Auxílio Brasil", explica.
Responsável pela tecnologia para programas sociais do governo, o Dataprev, que processa o pagamento mensal de cerca de 35 milhões de benefícios previdenciários, é um órgão que passou a ser subordinado ao Ministério da Economia durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o integrante do grupo de transição do governo, há um consenso da necessidade de fortalecimento da previdência social, inclusive por parte de membros do próprio INSS. "Precisamos recuperar o bom atendimento do instituto", afirma Santos.
Desde que o INSS começou a utilizar um robô para analisar pedidos de benefícios, mais pedidos começaram a ser indeferidos automaticamente. Segundo especialistas, isso ocorre porque os cadastros dos cidadãos normalmente contêm erros e, na maior parte dos casos, é necessária a análise de um servidor, e não de um robô.
O que acontece, na prática, quando um beneficiário tem o benefício negado automaticamente por essa inteligência artificial, é a entrada com um recurso. Ou seja, o cidadão sai de uma fila, a da análise, e entra em outra: a dos recursos.
Além disso, desde o início de setembro, o painel online do Conselho de Recursos da Previdência Social com dados do Dataprev, que deixa públicas informações como o número de processos e recursos recebidos, não é atualizado.
Com informações g1