OABRJ DISCUTE PREVENÇÃO DE VIOLÊNCIA E ABUSO SEXUAL CONTRA A CRIANÇA
Evento abordou, também, uso de linguagem simples e os desafios da pessoa com deficiência relativos ao tema
A Diretoria da Pessoa com Deficiência da OABRJ promoveu nesta segunda-feira, dia 27, evento para discutir a formação de linguagem e metodologia simples para contribuir nas medidas de prevenção da violência e abuso sexual contra a criança. Assista ao encontro na íntegra pelo canal da Seccional no YouTube.
Na ocasião, o diretor da Pessoa com Deficiência da OABRJ, Geraldo Nogueira, ressaltou a importância de disseminar a causa para além do campo jurídico. Ele celebrou, também, a visibilidade que a Ordem concedeu à antiga comissão. Segundo Nogueira, esta iniciativa “servirá para darmos um passo à frente nesta luta”.
“Sou ativista da causa da pessoa com deficiência há mais de 30 anos e lutamos todos os dias para que sejamos reconhecidos pela sociedade”, disse Nogueira.
“Por iniciativa da OABRJ, hoje somos uma Diretoria. Isso nos proporcionará uma visibilidade dentro da Ordem, dos espaços jurídicos e também perante a sociedade. Através disso, poderemos avançar ainda mais, divulgar e trabalhar para a prevenção contra a violência da criança e da pessoa com deficiência, que possuem taxas altíssimas. Somos vulneráveis perante uma situação de violência e há um silêncio absoluto sobre isso que precisamos mudar”, afirmou.
Para a vice-presidente da Seccional, Ana Tereza Basilio, a Ordem tem como uma função estatutária abraçar a luta da pessoa com deficiência.
“Apoiar esta causa é uma das razões da nossa credibilidade como órgão de classe. Alçar uma comissão ao grau de Diretoria foi essencial para salientar a importância do tema e de todo trabalho realizado pelo Geraldo e pelo grupo”, considerou Basilio.
“A pessoa com deficiência é vítima e os números são poucos conhecidos, porque a sociedade ainda não dá a devida atenção. Contem com a voz da OABRJ para agirmos contra essa violência que precisa ser combatida”.
Ao lado de Nogueira e Basilio, compuseram a mesa a secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Helena Werneck; e a representante da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Laís Costa.
De acordo com Laís Costa, cada indivíduo social, sendo familiar, educador ou não, tem o dever de proteger as crianças e os mais vulneráveis.
“Infelizmente vivemos em um país com um sistema educacional público precarizado. As pessoas que atuam e trabalham nesta área enfrentam muitas vezes o impossível, que não é possível de se fazer o tempo todo”, ponderou Costa. “Se queremos conscientizar a população brasileira a ter autonomia e conhecer seus direitos, precisamos ser capazes de nos comunicar corretamente com elas”.
A palestra da educadora Patrícia Almeida expôs o projeto ‘Eu me Protejo’, que consta em uma cartilha com dados estatísticos e dicas de prevenção sobre a violência e abuso sexual na infância.
“Não devemos permitir nenhum tipo de violência contra o corpo e a integridade, principalmente da criança e dos mais vulneráveis”, afirmou Almeida. “As crianças com deficiência exigem uma maior consideração a respeito, já que elas são mais vítimas de violência sexual. Temos que educar para prevenir e tudo é prevenção. É preciso ensinar a criança a entender, cuidar e preservar o próprio corpo com linguagem de fácil entendimento e objetiva”.
O encontro contou com a participação do público, que interagiu com questionamentos e relatos sobre o tema.