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AUDIÊNCIA PÚBLICA NO TRT-1 DEBATE A CONTRATAÇÃO DE PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

mesa de abertura da audiência pública

Na manhã desta sexta-feira (23/6), o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) realizou, em seu prédio-sede, por meio de uma parceria entre suas Escola Judicial (Ejud1) e Ouvidoria, uma audiência pública sobre contratação de pessoas em situação de rua por empresas vencedoras de licitações públicas. O mote dessa ação foi o interesse público pelo tema e o Plano Estratégico 2021-2026 do regional fluminense, que prevê, como um de seus objetivos, a promoção do trabalho decente.

O auditório do prédio-sede, no centro do Rio de Janeiro, reuniu um público diversificado, composto por representantes de diversos segmentos, entidades privadas e de classe, além de pessoas em situação de rua, para avaliar em profundidade o assunto, numa abordagem técnica e interdisciplinar. O evento também contou com duas intérpretes em libras.

Na abertura, o presidente do TRT1, desembargador Cesar Marques Carvalho, destacou a presença de muitas pessoas no auditório e falou sobre a importância da participação da Justiça do Trabalho nessa discussão. “A Justiça do Trabalho, especialmente no Rio de Janeiro, há anos se dedica ao social. Se o trabalhador fica exposto, é necessário cooperar, participar e ensejar, no que pode ser feito, para ajustar e melhorar a sociedade”, frisou.

Complementando a linha de raciocínio, o desembargador ouvidor do TRT-1, Carlos Henrique Chernicharo, definiu a situação abordada na reunião como um flagelo, uma chaga que precisa ser curada, porque quem tem fome tem pressa. “É impossível que fiquemos insensíveis e indiferentes a uma realidade que nos torna desumanos. Que humanidade é esta que desenvolve a inteligência artificial, vai à Marte e não resolve o problema dos desabrigados?”, questionou.

Já o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Mario Goulart Maia parabenizou o TRT-1 pela iniciativa e se colocou totalmente disponível para o que ele considerou uma missão. Citou a escritora Cecília Meirelles, que, em um de seus poemas, escreveu “já não se morre de velhice, nem de acidente nem doença, só de indiferença”. “O que mata hoje é a falta de empatia. Não podemos achar normal que um ser humano busque alimento na lata do lixo, quando a fome chegou a sua pior perspectiva, no limite do ser humano”, assinalou ele. 

Também compuseram a mesa diretora da audiência o procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região (PRT-1), João Batista Berthier Leite Soares; o juiz do trabalho e presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região (Amatra1), Ronaldo da Silva Callado; a juíza do trabalho e presidente da Associação dos Juízes do Trabalho (Ajutra), Patrícia Vianna Ribeiro; e a representante do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal do Rio de Janeiro, Maria Eunice Barbosa da Silva. Após a abertura, a audiência prosseguiu com os expositores. Todo o evento foi transmitido pelo canal da Ejud1 no Youtube (link para outro sítio).

A cobertura completa, que traz a visão de alguns expositores, será publicada ainda nesta sexta-feira (23/6), no portal do TRT-1. 

assinatura SCC