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CRÉDITO BC PRETENDE LIMITAR NÚMERO DE PARCELAS NO CARTÃO DE CRÉDITO

Proposta prevê que as compras sejam parceladas em no máximo 12 vezes.

BC pretende limitar número de parcelas no cartão de crédito

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, apresentou na manhã desta terça-feira (17) uma proposta para limitar o parcelamento sem juros no cartão de crédito. 

Segundo a proposta, os consumidores poderiam parcelar suas compras em no máximo 12 vezes.

A medida ainda está em fase de avaliação, e o BC realizará simulações para mostrar ao setor como essa medida poderia reduzir as taxas do crédito rotativo do cartão de crédito.

 

A redução a 12 parcelas seria imediata, combinada com uma diminuição gradual das taxas de juros do rotativo e do intercâmbio.

O objetivo é compreender como a redução do parcelamento impactaria nas taxas de juros do rotativo, na antecipação de recebíveis pelas credenciadoras e no consumo. Uma próxima reunião está agendada para 16 de novembro.

A redução do número de parcelas é desejada pelos bancos emissores, visto que essa forma de pagamento aumenta os índices de inadimplência, o que resulta em um aumento do uso do rotativo do cartão de crédito.

 

Por outro lado, os bancos verão uma redução na receita devido à limitação das taxas de intercâmbio, que são pagas pela emissão dos cartões. O Banco Central já considerou, em anos anteriores, a possibilidade de restringir as taxas de intercâmbio, mas essa proposta não avançou.

Juros rotativo

O Congresso aprovou recentemente um projeto que limita os juros do crédito rotativo do cartão. O limite máximo que os bancos podem cobrar será o dobro do valor inicial da dívida, ou seja, 100%.

Esse projeto avançou devido ao aumento significativo da dívida e aos altos juros praticados no crédito rotativo do cartão. No entanto, o texto aprovado pelo Congresso estipula que esse limite só entrará em vigor se o setor não apresentar, até o final do ano, uma alternativa para regulamentar o segmento.

Um grupo de trabalho composto por bancos, bandeiras de cartão, empresas de maquininhas de débito e crédito, representantes do varejo e o Banco Central do Brasil está discutindo uma alternativa a esse limite para apresentá-la ao Conselho Monetário Nacional (CMN).

Alguns membros desse grupo também argumentam que é necessário criar novas regras para o parcelamento sem juros no cartão, uma vez que parte dos participantes desse mercado acredita que os altos juros no crédito rotativo existem devido a um subsídio cruzado - ou seja, os juros seriam tão elevados no crédito rotativo porque o financiamento em compras parceladas não cobra taxas adicionais.