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DIRETORIA DE IGUALDADE RACIAL DEBATEU DESAFIOS DA POPULAÇÃO PRETA

Evento marcou celebração do Dia da Consciência Negra

Felipe Benjamin



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na terça-feira, dia 21, o Salão Nobre Antonio Modesto da Silveira, na sede da Seccional, foi palco do evento "E a igualdade no Brasil, já atingimos? Todos os brasileiros já estão conscientes?", realizado pela Diretoria de Igualdade Racial da OABRJ, que aproveitou as celebrações do Dia da Consciência Negra para debater temas relativos à negritude e ao cenário vivido pela população preta do país.

"Há um problema muito sério no Brasil em relação aos negros: a falta de conhecimento", afirmou a diretora de Igualdade Racial da OABRJ, Ivone Ferreira Caetano.
 

"E isso prevalece até hoje. Enquanto não conhecermos, negros e brancos, a verdadeira história do Brasil, pouca coisa avançará. O CNJ já determinou o ensino da História afro-brasileira em todos os níveis escolares e isso até agora não foi implementado. Usurparam dos negros suas famílias, seus saberes e sua religião. O que temos como Brasil é um país, mas não uma nação. No colégio primário ouvi que os negros tinham a inteligência atrofiada, e a elite do Brasil até hoje pensa assim".



Compuseram a mesa de abertura do evento ao lado da diretora, a corregedora do Tribunal de Ética e Disciplina da OABRJ e presidente da Associação da Advocacia Preta Carioca (APC), Ângela Kimbangu;  o vice-diretor de Igualdade Racial da OABRJ, Rodrigo Gomes da Mata, e a secretária da Diretoria de Igualdade Racial, Inês Inácio Aiva. Participaram, ainda, o professor Franklin Ferreira de Aquino e o frei David Raimundo dos Santos, fundador da ONG Educafro, que fizeram palestras abordando questões históricas e os desafios enfrentados pelos negros no mercado profissional.

Na segunda etapa do evento, Ivone, Inês e Kimbangu receberam a companhia do presidente da Comissão de Ciências Políticas da OABRJ, Caio Mirabelli; da presidente da Comissão Especial de Gestão e Empreendedorismo Jurídico da OABRJ, Simone Amara Fernandes, e a advogada da APC, Rejane Passos.

"Sou uma mulher panafricana e espiritualista, que fala diretamente para pessoas pretas", afirmou Kimbangu.
 

"Quando perguntamos se já atingimos igualdade, temos que nos perguntar: 'Que igualdade?'. E no Dia da Consciência Negra, temos que perguntar: 'Que consciência?' Ter consciência de ser uma pessoa preta é antes de tudo saber sua origem, e essa origem não está na escravidão de corpos pretos na América. Eu me relaciono com minha pretitude ainda no Kemet, no Egito dos faraós. O tempo de escravidão mental dos pretos acabou. O que vemos hoje, com os negros avançando, é um processo de conexão com nossa ancestralidade, e ninguém, preto, branco ou amarelo, chega a lugar algum sem a ancestralidade. Eu digo que sou a escuridão e as pessoas se apavoram. Mas para haver luz há de haver escuridão e essa escuridão sou eu".