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ANSELMO LOPES SE ASSOCIOU A ONG PARA GERIR R$ 2,3 BI DO ERÁRIO, DIZ ARAS

Em resposta a um ataque do procurador da República Anselmo Lopes, o ex-procurador-geral da República Augusto Aras afirmou que a mágoa do seu opositor se deu por causa de um negócio frustrado. Lopes tentou associar Aras ao movimento golpista do ano passado que levou aos atos do 8 de janeiro de 2023.

Rosinei Coutinho/SCO/STF

Aras disse que declaração de procurador próximo à TI é uma “opinião ressentida”

Aras se referiu a uma manifestação de 2020 em que ele considerou ser evidente que uma organização privada administraria a aplicação dos R$ 2,3 bilhões previstos no acordo de leniência da J&F, sem fiscalização ou controle estatal.

Essa manifestação foi citada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, na decisão que ordenou medidas para investigar o papel da Transparência Internacional no acordo da J&F.

O procurador Anselmo Lopes, em parceria com a agência “Transparência Internacional” — que representa no Brasil interesses de grandes conglomerados e abrigava prepostos de interessados na compra de empresas nacionais — trabalhou para direcionar negócios. A trama se desenvolveu dentro do acordo de leniência que Lopes impôs à J&F Investimentos.

“As acusações oportunistas e infundadas desse procurador, apaixonado por holofotes, já foram encaminhadas à Corregedoria do Ministério Público para as providências cabíveis”, concluiu o ex-PGR.

Bola cantada

Em setembro de 2023, a revista eletrônica Consultor Jurídico noticiou um caso envolvendo Anselmo e a Transparência Internacional. O episódio desembocou na maior guerra empresarial em curso no país: a que opõe o grupo J&F e a Paper Excellence, na disputa pela Eldorado Celulose.

O palco da cena, em Brasília, é a chamada “operação greenfield”, que foi conduzida por Anselmo. E o sujeito oculto da oração é o empresário Josmar Verillo, que era executivo da Paper Excellence e que durante anos dirigiu a papeleira Klabin.

Sabia-se que Verillo estava predestinado a dirigir a Eldorado, caso a Paper pagasse a segunda metade da compra. O que não se sabia era que ele trabalhou junto ao Ministério Público Federal na costura que levou a J&F a vender a empresa à Paper.

Em diálogos da apelidada “vaza jato”, o procurador Anselmo revelou que o acordo de leniência do grupo brasileiro foi desenhado junto com a Transparência Internacional, empresa que se apresenta como ONG (Clique aqui para saber mais).