GABINETE DE SECRETÁRIO DE SP TEM MAIS PMS QUE 91% DAS CIDADES DO ESTADO
O gabinete do secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, tem mais policiais militares do que 588 municípios do estado — o equivalente a 91,2% das 645 cidades paulistas.
Até novembro do ano passado, gabinete tinha à disposição 241 assessores PMs
A informação é do jornal Folha de S. Paulo. Até novembro de 2023, Derrite tinha à sua disposição 241 assessores PMs. Um ano antes, o número de policiais na função era de 183.
Em resposta ao jornal, o governo de São Paulo afirmou que a alocação do efetivo para as assessorias não trouxe prejuízo às operações promovidas no ano passado.
Até nas redes
Tradicionalmente, a equipe de assessores compreendia principalmente os policiais encarregados da proteção pessoal do secretário, de seus familiares e das instalações do órgão. No entanto, durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), os agentes foram designados para uma variedade maior de funções, incluindo gerenciamento de conteúdo visual em plataformas de mídia social.
Com as responsabilidades adicionais, que geram bônus, oficiais da equipe da secretaria podem receber até R$ 7 mil extras em seus vencimentos mensais.
A assessoria da Secretaria de Segurança Pública é uma das 13 que fazem parte da estrutura do governo paulista. Os profissionais que nelas atuam são encarregados da segurança de edifícios e de figuras públicas, como desembargadores, juízes, promotores, deputados, vereadores e o prefeito da capital paulista.
Assessorias expandidas
No governo de Rodrigo Garcia (PSDB), havia 12 assessorias. No entanto, a 13ª foi criada durante a gestão de Tarcísio, no final do ano passado, para atender às necessidades da cúpula da Secretaria da Fazenda e Planejamento do estado, denominada APMSEFAZ.
Procurada pela Folha, a gestão de Tarcísio disse que as assessorias policiais militares “são estabelecidas por lei e instituídas pelo Comando da Polícia Militar com base em critérios técnicos e operacionais”.
Já a secretaria informou que a “alocação desses policiais não impactou a realização das operações planejadas para 2023”. “Essas ações resultaram em um aumento de 12,3% nas prisões de criminosos, na redução de uma série de crimes patrimoniais e contra a vida, como o caso dos homicídios dolosos que alcançaram o menor número de casos e vítimas desde 2001.”