DADOS DO IBGE SOBRE ENVELHECIMENTO DOS BRASILEIROS REFORÇAM NECESSIDADE DE UMA NOVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (22) novos dados de projeção populacional, com base no Censo de 2022, revelando que a queda do número de brasileiros ocorrerá seis anos antes do previsto, a partir de 2042, o que deve pressionar mudanças nas regras dos benefícios previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e de regimes próprios, mesmo após a reforma da Previdência de 2019.
O resultado da pesquisa revela que haverá um alto número de população idosa antes do esperado, desafiando ainda mais as contas da Previdência e pouco crescimento da população. Assim, haverá menos pessoas nascendo e mais pessoas envelhecendo.
Segundo as projeções do IBGE, após atingir seu máximo em 2041, com 220,4 milhões de habitantes, a redução populacional começará em 2042, fazendo com que, em 2070, sejamos 199,2 milhões de brasileiros.
A expectativa de vida aumenta. Em 2023, estava em 76,4 anos, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070. Em 2041, ao atingirmos o pico populacional, será de 79,87 anos e, em 2042, quando começa a queda, atinge 80,04 anos.
O número de nascimentos cai de 2,6 milhões em 2022 para 1,5 milhão em 2070, e o percentual de idosos cresce. De 2000 a 2023, proporção de idosos a partir dos 60 anos praticamente duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, teremos cerca de 37,8% idosos no país.
Os desafios já suscitam, há alguns meses, debates sobre as mudanças nas regras de aposentadorias. Dentre as possibilidades apontadas por especialistas estão a desvinculação dos benefícios previdenciários ao salário mínimo, o que já foi descartado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a elevação da idade mínima para pedir o benefício.
Estudo do Banco Mundial mostra que para manter a sustentabilidade da Previdência no Brasil ante o envelhecimento da população seria necessária uma idade mínima de 72 anos para homens e mulheres já em 2040. Essa idade subiria para 78 anos em 2060.
Para o ex-presidente do INSS e consultor da Câmara dos Deputados, Leonardo Rolim, uma nova reforma da Previdência é necessária em meados da próxima década, quando a pressão sobre as contas públicas começa a ficar maior.
Fonte: Folha de S Paulo