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Márcio França diz não crer que aprovação da PEC do BC é tão certa

Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, afirmou nesta quarta-feira (4/9) não considerar tão certa a aprovação da PEC 65, que busca transformar o Banco Central em empresa pública.

A declaração ocorreu durante evento feito em Brasília pela TV ConJur, em parceria com o Brasil 247, para discutir a Proposta de Emenda Constitucional 65/2023. Ele se mostrou cético quanto à percepção otimista de alguns setores.

 
 

O ministro Márcio França durante evento da ConJur e do Brasil 247

“A política não é uma bicicleta, em que você vira o guidão e rapidamente ele faz a curva. Na política, a lógica funciona como um navio, em que você move o timão e ele demora para fazer a curva. Por vezes, os assuntos que parecem pautados com muita urgência, e que dão a impressão de que serão aprovados, ainda são (como um navio) que não começou nem a girar”, disse.

 

Segundo o ministro, dificilmente haverá votações complementares sobre temas muito significativos em 2024 por causa das eleições que ocorrem este ano.

“Dificilmente teremos votações complementares muito significativas nas duas casas, por causa das eleições para prefeitos. Ano que vem, teremos dois comandos diferentes nas duas Casas, o que muda a repartição de forças. Depois, começa a eleição de governador e presidente”, afirmou.

Mandatos coincidentes

França afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não costuma se posicionar contra a autonomia do Banco Central. Ele indicou, no entanto, que há um incômodo quanto ao fato de o mandato do presidente da República não coincidir totalmente com o do presidente do Banco Central.

Roberto Campos Neto, por exemplo, foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Lula precisou conviver com ele nos dois primeiros anos de mandato.

“Seria muito bom que essa autonomia fosse casada com o mandato de quem tá exercendo. Porque fica uma situação muito delicada você ser um presidente da República eleito e alguém que você acha que não te representa muito bem exercendo aquela função (de presidente do BC)”, afirmou.