ACADÊMICOS CRITICAM X E PEDEM APOIO AO BRASIL CONTRA CONTROLE DE BIG TECHS
Um grupo com mais de 50 renomados acadêmicos e intelectuais de diferentes países divulgou uma carta aberta em apoio ao Judiciário brasileiro na disputa contra o bilionário Elon Musk, acionista majoritário do X (ex-Twitter).
Eles pedem apoio da Organização das Nações Unidas (ONU) e de governos ao redor do mundo ao Brasil, que identificam como o principal front no conflito global em evolução entre as big techs e “aqueles que buscam construir um cenário digital democrático e centrado nas pessoas, focado no desenvolvimento social e econômico”.
Big techs e independência digital
Os signatários do documento citam o bloqueio do X pelo Supremo Tribunal Federal em razão do não cumprimento de decisões judiciais e a intenção do presidente Lula (PT) de promover medidas de independência digital.
Esses esforços das autoridades brasileiras, ainda segundo o grupo, “foram recebidos com ataques do proprietário da X e de líderes de direita que reclamam sobre democracia e liberdade de expressão”.
“Mais do que um aviso ao Brasil, suas ações enviam uma mensagem preocupante ao mundo: que países democráticos que buscam independência da dominação das big techs correm o risco de sofrerem interrupções em suas democracias, com algumas big techs apoiando movimentos e partidos de extrema-direita”, escrevem.
Signatários da carta
Entre os signatários da carta, há uma série de economistas, incluindo os franceses Thomas Piketty, Gabriel Zucman e Julia Cagé; o ex-ministro da Economia da Argentina Martín Guzmán; o norte-americano David Adler, coordenador-geral da Progressive International; a italiana Francesca Bria; e o ex-ministro de Finanças grego Yanis Varoufakis.
Também assinam a advogada guatemalteca Renata Ávila, CEO da Open Knowledge Foundation, e o sociólogo alemão Wolfgang Streeck, diretor emérito do Instituto Max Planck para o Estudo das Sociedades.
Completam a lista os acadêmicos brasileiros Marcos Dantas, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Helena Martins, da Universidade Federal do Ceará (UFC); Sergio Amadeu da Silveira, da Universidade Federal do ABC (UFABC); e Edemilson Paraná, da Universidade Politécnica de Lappeenranta, da Finlândia; além de José Graziano, que foi diretor-geral da FAO, braço da ONU para alimentação e agricultura.