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PROJETO DE CAPACITAÇÃO DE PRESAS VENCE O PRÊMIO FGV DE RESPONSABILIDADE SOCIAL

O Instituto Movi o Bem foi o vencedor da primeira edição do Prêmio FGV de Responsabilidade Social.

A entidade, representada por sua presidente e fundadora, Roberta Negrini, recebeu a premiação nesta segunda-feira (30/9), no III Seminário de Responsabilidade Social da Fundação Getulio Vargas, que ocorre na sede da FGV no Rio de Janeiro.

ConJur

Da esquerda para a direita: Lucília Diniz, Roberta Negrini e Paulo Marinho

 

O Prêmio FGV de Responsabilidade Social reconhece iniciativas de destaque nas áreas de educação e cultura, segurança pública, sustentabilidade e saúde e saneamento.

O conselho de seleção do prêmio, coordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, é composto pelos seguintes nomes: Antonio Carlos Ferreira (ministro do Superior Tribunal de Justiça); José Marinho (promotor de Justiça do Rio de Janeiro); bispo Abner Ferreira (presidente da Assembleia de Deus em Madureira); dom Odilo Scherer (arcebispo e cardeal de São Paulo); André Esteves (cofundador da Inteli, chairman e sócio sênior do BTG Pactual); Antonio Cláudio Ferreira Netto (diretor jurídico da Globo); Lucília Diniz (empresária e ativista em temas de saúde e bem-estar); Luiza Brunet (modelo, atriz e ativista contra a violência doméstica); Radamés Casseb (presidente da Aegea) e Robson Andrade (presidente da Confederação Nacional da Indústria).

O Instituto Movi o Bem ajuda mulheres presas a se profissionalizarem em costura. O objetivo é gerar renda para elas enquanto estão encarceradas e aumentar as chances de que consigam empregos quando saírem dos presídios. Entre as integrantes do programa, 87% não voltam a praticar crimes após deixar a cadeia, índice semelhante ao da Noruega, segundo Roberta Negrini.

Ela diz que a iniciativa visa ajudar a reinserir mulheres presas na sociedade — apenas 5% das que deixam a prisão conseguem emprego formal.

Ao capacitar essas mulheres, o instituto ajuda a sustentar, por exemplo, seus filhos, que passam a não serem forçados a entrar no crime por falta de opções de ganhar dinheiro. Com isso, a medida ajuda a quebrar o ciclo que gera violência e fortalece a criminalidade organizada, destaca a fundadora do Instituto Movi o Bem.

Iniciativas premiadas   

O segundo lugar do Prêmio FGV de Responsabilidade Social ficou com a Fundação Matias Machline. A entidade mantém uma escola em Manaus que oferece ensino médio técnico a 1.300 alunos oriundos da rede pública. Os estudantes recebem bolsa de estudos, assistência médica e odontológica e refeições.

 
ConJur

André Mendonça coordena conselho de seleção do Prêmio FGV de Responsabilidade Social

Cerca de 90% dos alunos ingressam nos cursos mais disputados da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) ou da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), diz Sung un Song, presidente do conselho curador da fundação. Também há estudantes que vão para instituições em diversas regiões do país. A Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, oferece bolsa de estudos a egressos do colégio Matias Machline.

Em terceiro lugar ficou Agência do Bem. Fundada por Lan Maia, a entidade atua na educação e na prevenção à gravidez na adolescência. A instituição tem projetos em 36 comunidades, que alcançam 2 mil jovens.

A premiação de melhor prática em responsabilidade social foi para o Instituto Mais Água. A entidade tem o objetivo de desenvolver soluções para levar água potável para comunidades carentes.

“Não adianta ter escola, posto de saúde ou clínica odontológica se não tem água”, afirmou Daniela Brandão Pires, diretora de Relacionamento e Parcerias Estratégicas do Instituto Mais Água. De acordo com ela, cada R$ 1 investido em saneamento básico pela entidade gera R$ 6,04 para a comunidade.

Na categoria de pesquisa em segurança pública, o prêmio foi para Joana D’Arc Melo da Silva e Silva, autora do estudo “Patrulha da mulher: análise da implantação da guarda municipal de Belém na prevenção e combate à violência doméstica e intrafamiliar”.