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TOKENIZAÇÃO DE ATIVOS: OPORTUNIDADES, BENEFÍCIOS E O PAPEL FUNDAMENTAL DO CONTADOR NA ERA DA ECONOMIA DIGITAL

A tokenização de ativos está emergindo como uma das maiores transformações na economia contemporânea. Este processo, baseado na tecnologia blockchain, converte ativos físicos e intangíveis em representações digitais, os tokens, que podem ser negociados em plataformas globais. 

Segundo Fernando Lopes e Marcella Zorzo, autores do livro O Guia Jurídico da Tokenização, “esse modelo cria uma nova realidade para o mercado de capitais, rompendo barreiras geográficas e financeiras para investidores e empresas”.

A combinação de segurança, eficiência e democratização de investimentos faz da tokenização uma ferramenta poderosa para empresas que buscam inovação e competitividade. 

 

No entanto, a implementação desse modelo exige um profundo entendimento dos aspectos jurídicos, contábeis e tributários, áreas onde o papel do contador é imprescindível.

Entendendo os benefícios da tokenização de ativos

1. Transformação da liquidez

Historicamente, ativos como imóveis, obras de arte e participações societárias apresentavam desafios de liquidez. A tokenização resolve essa limitação ao fragmentar esses ativos em unidades menores, possibilitando sua negociação em mercados secundários.

Lopes e Zorzo destacam: “Com a tokenização, ativos que antes eram restritos a grandes investidores podem ser transacionados por qualquer pessoa, com segurança e transparência, em plataformas globais.” Essa liquidez ampliada é crucial para empresas que desejam atrair novos investidores e gerar capital rapidamente.

2. Democratização e acessibilidade ao investimento

 

A capacidade de fracionar ativos amplia o acesso a mercados financeiros antes reservados a grandes players. Investidores de pequeno porte podem adquirir frações de ativos valiosos, como imóveis corporativos ou patentes, sem precisar de grandes aportes iniciais.

Para as empresas, isso significa um maior leque de oportunidades de captação de recursos, diversificando a base de investidores e reduzindo a dependência de instituições financeiras tradicionais.

3. Redução de custos e automação de processos

A utilização de contratos inteligentes (smart contracts) elimina intermediários tradicionais, como cartórios, bancos e consultorias jurídicas em transações simples. Lopes e Zorzo argumentam que essa desintermediação não apenas reduz custos, mas também “torna os processos mais ágeis, diminuindo a probabilidade de erros e fraudes.”

Empresas podem se beneficiar dessa eficiência operacional, otimizando recursos e dedicando esforços à inovação de seus produtos e serviços.

4. Segurança e transparência por meio da Blockchain

A blockchain, tecnologia base da tokenização, cria registros permanentes, imutáveis e auditáveis de todas as transações. Essa transparência é especialmente valiosa em um mercado globalizado, onde a confiança entre as partes é um dos pilares para o sucesso das negociações.

Fernando Lopes enfatiza que “a segurança oferecida pela blockchain é fundamental para atrair investidores, especialmente em mercados emergentes, onde a regulamentação pode ser menos rigorosa.”

Desafios e o papel estratégico do contador no processo de tokenização

Embora a tokenização ofereça benefícios significativos, sua implementação bem-sucedida depende de uma abordagem integrada e de profissionais capacitados, especialmente contadores.

1. Classificação contábil e relatórios financeiros

Um dos desafios da tokenização é determinar como os tokens devem ser classificados e registrados nas demonstrações financeiras. São ativos tangíveis, intangíveis ou instrumentos financeiros? A resposta depende de fatores como a natureza do token e sua finalidade.

O contador deve garantir que essas classificações estejam alinhadas às normas contábeis vigentes, como o IFRS (International Financial Reporting Standards), assegurando a transparência e a confiabilidade dos relatórios financeiros.

2. Planejamento tributário e compliance fiscal

A tokenização pode criar cenários fiscais complexos, como a tributação sobre ganhos de capital em transações tokenizadas ou a necessidade de cumprir regras específicas para diferentes jurisdições.

O contador deve atuar ativamente na análise dessas obrigações, ajudando a empresa a reduzir riscos e otimizar sua carga tributária.

3. Avaliação de riscos e consultoria estratégica

Os riscos associados à tokenização incluem volatilidade de mercado e questões regulatórias. O contador tem a responsabilidade de identificar, mensurar e mitigar esses riscos, fornecendo informações críticas para a tomada de decisões.

4. Implementação de sistemas integrados

A adaptação à economia digital exige que os contadores dominem ferramentas tecnológicas avançadas, como softwares de gestão baseados em blockchain. Isso não apenas melhora a eficiência operacional, mas também garante a integridade dos dados e a conformidade com as regulamentações.

A importância da atualização profissional na era digital

A tokenização exemplifica como a inovação tecnológica está reformulando mercados e profissões. Para se manterem relevantes, os contadores devem adotar uma postura de aprendizado contínuo.

Participar de eventos, cursos e leituras especializadas, como O Guia Jurídico da Tokenização, é fundamental para compreender os aspectos técnicos e legais da nova economia digital. 

Além disso, a colaboração entre contadores, advogados e tecnólogos será essencial para lidar com os desafios multidisciplinares impostos pela tokenização.

Conclusão: a nova fronteira para empresas e profissionais

A tokenização de ativos representa uma fronteira promissora para empresas que buscam modernização, inovação e competitividade no mercado global. Seus benefícios, como aumento da liquidez, democratização do investimento e redução de custos, são complementados por desafios que exigem a atuação estratégica de profissionais qualificados.

O contador, com sua expertise em gestão financeira e compliance, é um dos pilares para a adoção bem-sucedida da tokenização nas empresas. Ao abraçar a tecnologia e se manter atualizado, ele não apenas assegura a conformidade das operações, mas também ajuda as empresas a explorar plenamente as oportunidades oferecidas pela economia digital.

Ler e aplicar os conceitos apresentados por Fernando Lopes e Marcella Zorzo em O Guia Jurídico da Tokenização é um passo essencial para que contadores e empresários liderem com confiança essa transformação.