GOOGLE INAUGURA ESPAÇO VOLTADO PARA EMPREENDEDORES EM SÃO PAULO
O Google Campus de São Paulo é o primeiro espaço da empresa desse tipo instalado na América - hoje, há campi em cidades como Londres, Tel-Aviv, Seul, Madri e Varsóvia. Criado há quatro anos, o campus de Londres tem hoje 60 mil membros - pessoas que se cadastraram gratuitamente para usufruir das instalações do prédio. É possível se inscrever para ser membro neste link.
Já o prédio de São Paulo, que será aberto ao público na próxima segunda-feira, 13, nasce com 7 mil membros inscritos, que poderão utilizar espaços de coworking, redes de Wi-Fi gratuita e até organizar eventos em um dos auditórios do espaço, com capacidade para mais de 100 pessoas. O espaço ficará aberto para qualquer pessoa de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h - já os empreendedores selecionados pelo Google poderão utilizar o espaço "24 horas por dia, 7 dias por semana", como disse André Barrence, diretor do Google Campus São Paulo.
Para Barrence, que já foi sócio da startup Geekie e liderou o programa de aceleração de startups de Minas Gerais, o Seed, a história do Google deve inspirar os empreendedores. "O Google começou pequeno, como uma startup, e cresceu até chegar ao tamanho que é hoje. É uma história que deve inspirar a cultura empreendedora".
Na manhã desta terça-feira, Barrence participou do evento de apresentação do Google Campus, ao lado do prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad. "É um espaço privado, mas de utilização pública. É um orgulho para São Paulo ter um espaço como esse", disse Haddad no evento. "Oxalá outras empresas possam seguir o exemplo do Google [e criem espaços semelhantes]."
Residentes. Três dos seis andares do Google Campus São Paulo serão ocupados por "startups residentes" - e uma parte delas será composta por um novo programa de incentivo a empresas iniciantes anunciado pelo Google nesta manhã. Chamado de Programa de Residentes, o projeto selecionará cerca de dez startups em estágio inicial de desenvolvimento para trabalhar durante seis meses dentro do campus, com direito a sessões de mentoria e contato com investidores. Caso seja do interesse do Google e da startup, o período de residência da empresa iniciante pode ser prolongado por mais seis meses.
Vale frisar, no entanto, que a participação no programa é gratuita - ao contrário do que acontece em outros projetos de incentivo a startups, o Google não vai cobrar pela utilização de seu espaço nem quer receber participação nas empresas que estiverem no Campus. "Queremos selecionar as melhores ideias, e não as melhores ideias que podem pagar para estar no Campus", explica Barrence. O diretor do campus de São Paulo diz, porém, que caso os projetos sejam interessantes, os braços de investimento do Google - Google Capital e Google Ventures - podem realizar aportes nas startups. "Já aconteceu em empresas que estiveram presentes no campus de Londres", lembra o executivo.
As inscrições para a primeira turma do Programa de Residentes serão abertas nesta quarta-feira, 8, e vão até o dia 8 de julho. De acordo com o Google, os principais critérios para uma startup ser selecionada são desenvolver tecnologias únicas, com alto potencial de impacto, com participação de um time diverso e disposto a contribuir para o crescimento do ecossistema brasileiro de startups.
Além do Programa de Residentes, os três andares dedicados a startups internas também serão ocupados por projetos do próprio Google, como a aceleradora Launchpad Accelerator, e parceiros como a Startup Farm, a TechStars e a Brazil Innovators.