As micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo retomaram o crescimento em dezembro de 2016, após quase dois anos de quedas consecutivas. Foi a primeira alta do faturamento em 23 meses. A elevação foi de 7,6% em comparação com o mesmo mês em 2015 e de 10,3% em relação a novembro de 2016. Os dados foram calculados pela pesquisa Indicadores Sebrae-SP, com apoio da Fundação Seade.

O resultado do mês foi puxado pelos setores de comércio e serviços, cujo faturamento aumentou 5,8% e 16%, respectivamente. Na indústria, houve queda de 11%.

Entre as regiões avaliadas na pesquisa, a capital paulista obteve o maior crescimento, de 21,9%, na comparação com dezembro de 2015. A região metropolitana também teve um bom avanço, chegando a 14,2%. O destaque negativo foi o Grande ABC, com queda de 15,7%.

O desempenho no acumulado do ano, porém, foi diferente do observado só no mês de dezembro. O faturamento de 2015 foi maior que o de 2016. A receita das MPEs em 2016 ficou em R$ 589,1 bilhões, 9,8% a menos do que no ano anterior.

O dado positivo é que a taxa de emprego nas MPEs aumentou 2,9% em dezembro de 2016 em relação ao mesmo mês de 2015.

Microempreendedor Individual

Enquanto no geral as MPEs apresentaram bons resultados em dezembro, não se pode dizer o mesmo do Microempreendedor Individual (MEI), pois o faturamento desse segmento teve a 17º queda consecutiva, de 8,3%. Entre o ano de 2016 e 2015, o recuo acumulado foi ainda maior: 14,2%.

Os setores seguem no sentido contrário ao das MPEs. Isso porque a indústria apresentou uma alta em 2016 de 9,3% em comparação com dezembro de 2015, enquanto comércio e serviços caíram 14,9% e 9,3 %, respectivamente.

Na mesma pesquisa, o Sebrae-SP questionou os empreendedores sobre suas expectativas para os próximos seis meses. O estudo mostra que começa a haver um otimismo maior entre os empreendedores. Do total de entrevistados, 35% dos donos de MPEs disseram acreditar em uma alta do faturamento. No segmento de MEI, mesmo que não tenham sidos bons os resultados até agora, 48% esperam uma melhora em suas receitas.

No entanto, mesmo com essa melhora das expectativas, mais da metade dos empreendedores (54,75%) de pequenos negócios não sabem exatamente quais as melhores decisões e estratégias a serem tomadas quanto aos produtos e serviços. Cerca de 15,8% pretendem melhorar com o que já trabalham; 14% querem ampliar seu mercado e buscar novas áreas; e apenas 2,1% planejam mudar os seus fornecedores.