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BUSCA PELA RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS DE EMPRESAS DEVE SUBIR NO 1º SEMESTRE

 

 

A leve recuperação econômica tende a incentivar as empresas inadimplentes a quitarem seus débitos e a migrarem para linhas de curto prazo para tentar nova expansão a partir de 2019

As empresas devem migrar para renegociação de dívidas a partir do primeiro semestre de 2018, na tentativa de aproveitar a "onda" de leve recuperação da atividade econômica. A inadimplência como um todo, porém, só deve melhorar significativamente em 2019.

Os setores de comércio e serviços, por sua vez, tendem a ser os primeiros a iniciar o movimento de recomposição de crédito, impulsionados pelas sinalizações já positivas do consumo neste ano.

Neste sentido, porém, com uma grande capacidade ociosa da indústria e a restrição de crédito bancário, a expectativa de especialistas do mercado é de que a migração para o crédito comece na renegociação de débitos.

"Quem achar que o negócio tem boa chance de crescer com essa leve onda de recuperação, vai atrás de empréstimos. Mas quem está negativado vai partir para a recomposição de dívidas na tentativa de alavancar novas operações", explica o sócio da Mazars Cabrera, Paulo Wyss.

Dados da Serasa Experian apontam que o volume de empresas negativadas no País atingiram os 5,1 milhões em maio e, desde então, não foi reduzido nenhuma vez.

"A situação está melhorando para as famílias, mas não para os negócios. A sazonalidade do final do ano pode até começar o movimento de melhora, mas nada eufórico e tudo ainda muito gradual", pontua o economista do birô de crédito Luiz Rabi. "Isso dificulta, porque não são os bancos que vão tomar a iniciativa de crédito", acrescenta o especialista.

Ao mesmo tempo, o saldo 15,8% inferior de recursos disponíveis para pessoas jurídicas desde o final de 2015 (de R$ 1,707 trilhão para R$ 1,437 trilhão em agosto deste ano) e as incertezas futuras que a política doméstica tem trazido, também influenciam negativamente a decisão de quitar dívidas e tomar novos financiamentos para expansão.

"Os números melhores, não serão necessariamente porque a inadimplência está diminuindo, mas porque a conjuntura de crédito escasso e menos propensão a investir deixam o mercado mais quieto", diz Wyss e ressalta que a falta de previsibilidade política também deve influenciar em empréstimos de longo prazo.

Mudança no mix

Para o economista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC Boa Vista) Yan Cattani, tal cenário também influenciou uma mudança no mix de produtos para linhas de prazos e juros menores.

"Muitas empresas acabaram migrando para desconto de duplicatas e antecipação de fatura, por exemplo, que além de oferecerem garantias aos credores, também possibilitam uma melhor gestão de caixa", avalia o economista.

Enquanto os empréstimos de capital de giro caíram 16,7% em agosto com relação a igual mês de 2016 (de R$ 13,876 bilhões para R$ 11,548 bilhões), antecipação de faturas e desconto de duplicatas mais do que dobraram no período, com altas de 191% (de R$ 2,479 bilhões para R$ 7,223 bilhões) e de 102% (de R$ 9,942 bilhões para R$ 20,134 bilhões), respectivamente .

A expectativa para 2018, no entanto, já começa a ser positiva no geral, apesar de ainda representar melhora mais "demorada" do que o necessário.

"O País deve crescer mais no ano que vem, o que deve possibilitar um maior ajuste financeiro por parte das empresas. É um movimento que demora para atingir patamares anteriores. Por melhor que 2018 seja, o cenário pró-mercado ainda não é favorável e só deve mudar em 2019", ressalta o professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Marcos Melo.

http://www.dci.com.br/imagens/fotos/2017/10/3gtje190840.jpg

 

 

A leve recuperação econômica tende a incentivar as empresas inadimplentes a quitarem seus débitos e a migrarem para linhas de curto prazo para tentar nova expansão a partir de 2019

As empresas devem migrar para renegociação de dívidas a partir do primeiro semestre de 2018, na tentativa de aproveitar a "onda" de leve recuperação da atividade econômica. A inadimplência como um todo, porém, só deve melhorar significativamente em 2019.

Os setores de comércio e serviços, por sua vez, tendem a ser os primeiros a iniciar o movimento de recomposição de crédito, impulsionados pelas sinalizações já positivas do consumo neste ano.

Neste sentido, porém, com uma grande capacidade ociosa da indústria e a restrição de crédito bancário, a expectativa de especialistas do mercado é de que a migração para o crédito comece na renegociação de débitos.

"Quem achar que o negócio tem boa chance de crescer com essa leve onda de recuperação, vai atrás de empréstimos. Mas quem está negativado vai partir para a recomposição de dívidas na tentativa de alavancar novas operações", explica o sócio da Mazars Cabrera, Paulo Wyss.

Dados da Serasa Experian apontam que o volume de empresas negativadas no País atingiram os 5,1 milhões em maio e, desde então, não foi reduzido nenhuma vez.

"A situação está melhorando para as famílias, mas não para os negócios. A sazonalidade do final do ano pode até começar o movimento de melhora, mas nada eufórico e tudo ainda muito gradual", pontua o economista do birô de crédito Luiz Rabi. "Isso dificulta, porque não são os bancos que vão tomar a iniciativa de crédito", acrescenta o especialista.

Ao mesmo tempo, o saldo 15,8% inferior de recursos disponíveis para pessoas jurídicas desde o final de 2015 (de R$ 1,707 trilhão para R$ 1,437 trilhão em agosto deste ano) e as incertezas futuras que a política doméstica tem trazido, também influenciam negativamente a decisão de quitar dívidas e tomar novos financiamentos para expansão.

"Os números melhores, não serão necessariamente porque a inadimplência está diminuindo, mas porque a conjuntura de crédito escasso e menos propensão a investir deixam o mercado mais quieto", diz Wyss e ressalta que a falta de previsibilidade política também deve influenciar em empréstimos de longo prazo.

Mudança no mix

Para o economista do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC Boa Vista) Yan Cattani, tal cenário também influenciou uma mudança no mix de produtos para linhas de prazos e juros menores.

"Muitas empresas acabaram migrando para desconto de duplicatas e antecipação de fatura, por exemplo, que além de oferecerem garantias aos credores, também possibilitam uma melhor gestão de caixa", avalia o economista.

Enquanto os empréstimos de capital de giro caíram 16,7% em agosto com relação a igual mês de 2016 (de R$ 13,876 bilhões para R$ 11,548 bilhões), antecipação de faturas e desconto de duplicatas mais do que dobraram no período, com altas de 191% (de R$ 2,479 bilhões para R$ 7,223 bilhões) e de 102% (de R$ 9,942 bilhões para R$ 20,134 bilhões), respectivamente .

A expectativa para 2018, no entanto, já começa a ser positiva no geral, apesar de ainda representar melhora mais "demorada" do que o necessário.

"O País deve crescer mais no ano que vem, o que deve possibilitar um maior ajuste financeiro por parte das empresas. É um movimento que demora para atingir patamares anteriores. Por melhor que 2018 seja, o cenário pró-mercado ainda não é favorável e só deve mudar em 2019", ressalta o professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) Marcos Melo.

http://www.dci.com.br/imagens/fotos/2017/10/3gtje190840.jpg