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PMES VÃO AMPLIAR INVESTIMENTO EM INOVAÇÃO ATÉ 2020, APONTA PESQUISA

Estudo anual traça perfil de empreendedores paulistas e suas percepções sobre inovação e intenção de investimentos para os próximos anos; maioria busca conhecimento sobre crédito

Investir em inovação para ganhar novos mercados. Até 2020, esta é a meta das pequenas e médias empresas (PMEs) paulistas, conforme revela pesquisa anual da Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista. O objetivo do levantamento é identificar o perfil dos empreendedores e apontar suas percepções sobre inovação e principais dificuldades de investimento.

Segundo a pesquisa, elaborada com questões de múltipla escolha e aplicada nas cidades de São Paulo, Sorocaba, Marília, Ribeirão Preto e São José dos Campos, mais da metade dos entrevistados (55%) pretende investir em algum tipo de inovação, seja incremental ou disruptiva, até 2020. Para 40%, a principal motivação é poder “ganhar novos mercados”. Outros 24% querem “aumentar a competitividade” do negócio. Isoladamente, o “aumento do faturamento” e o “aumento da rentabilidade” são os interesses que aparecem apenas na sequência, com 19% e 16%, respectivamente.

Entre outros destaques, vale ressaltar que, quando questionados sobre o que consideram inovação, 74% dos entrevistados a definem como “qualquer tipo de inovação aplicada no negócio”, contra 7% que acreditam que “inovação trata-se apenas de um produto revolucionário”. Já sobre o grau de inovação presente no modelo de negócios de suas empresas, 70% dos entrevistados dizem comandar empresas “inovadoras ou muito inovadoras”, 16% como sendo “pouco inovadoras” e 13% apontaram estar à frente de empresas “tradicionais”.

Conjuntura

Para Eduardo Saggiorato, superintendente de negócios da Desenvolve SP, a percepção dos empresários se justifica, especialmente em tempos de retomada econômica. “O sucesso das empresas está cada vez mais relacionado à inovação e à tecnologia. Investir em inovação, seja ela disruptiva ou incremental, é a melhor alternativa encontrada pelos empresários para abocanhar novos mercados e continuar crescendo.”

O cenário econômico que vem se apresentando nos últimos meses deve aumentar ainda mais o otimismo dos empreendedores. Com as quedas sucessivas da taxa básica de juros (a Selic), que atingiu o menor patamar desde 1986, o crédito mais barato e um recuo significativo da inflação, o desafio dos empresários deve ser, além de se planejar, continuar se reinventando para se manter competitivos.

Ainda assim, Saggiorato acredita que os investimentos em inovação devem deslanchar à medida que o empreendedor tenha mais conhecimento de toda a infraestrutura oferecida em São Paulo. “Atualmente, o estado tem um extraordinário ecossistema com instituições de pesquisa, incubadoras, aceleradoras, startups e empresas de tecnologia de destaque, ainda pouco explorado pelos empresários”, diz. Por outro lado, aponta que, embora haja diversas opções de recursos disponíveis para investimentos em inovação, também são poucos os projetos qualificados para recebê-los. “Esse é outro gargalo no qual queremos atuar, oferecendo orientação qualificada e suporte para todos.”

Liderança

Por este motivo, ações como o Movimento pela Inovação (MPI) são tão importantes. Criado pela Desenvolve SP em 2015 para incentivar o investimento em inovação no Estado de São Paulo, a iniciativa cresceu e vem ganhando cada vez mais notoriedade. Nos últimos dois anos, já são milhares de empreendedores que estiveram presentes nos eventos na capital e no interior paulista.

Estes encontros reúnem, periodicamente, todas as instituições e organismos multilaterais do campo da inovação e da pesquisa para orientar e atender individualmente, dentro de incubadoras, aceleradoras, universidades e parques tecnológicos, os interessados em levar projetos inovadores adiante. A ideia é que pesquisadores e empresários saiam dos encontros com uma clara definição de ação e sobre como ter acesso aos principais instrumentos de apoio existentes em São Paulo.

“Tudo depende do grau de inovação. As startups, que geralmente têm projetos de alto potencial inovador, são fortes candidatas a receber aportes diretos de um Fundo de Investimento. Já as pequenas e médias empresas que desejam investir na inovação de um processo, serviço ou produto podem se beneficiar, por exemplo, de linhas de financiamento com juros a partir de 0,55% ao mês”, diz Saggiorato.

O resultado da iniciativa já se reflete no volume de financiamentos no estado. Em 2017, os desembolsos da Desenvolve SP para projetos inovadores somaram um volume de R$ 129,6 milhões em São Paulo. Antes do início da realização dos eventos, este volume era de apenas R$ 13,1 milhões.

Neste ano, além dos eventos, estão sendo realizadas rodadas de inovação com empresários que já apresentaram projetos de alto potencial, mas que por algum motivo não seguiram adiante. Nesses encontros, os gargalos e dificuldades encontrados são discutidos e especialistas sugerem soluções para colocá-los em prática.