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NOVA CPMF É CONSIDERADA IDEIA POLÊMICA

Apresentada pelo coordenador do programa econômico de Ciro Gomes em entrevista para a série Desafios 2019, a proposta de se recriar a CPMF para abater a dívida pública não encontrou respaldo entre conselheiros de outros presidenciáveis até o momento.

A maior parte dos economistas ouvidos pelo Estado defendeu o combate ao déficit nas contas públicas por meio do controle de despesas, e não via elevação de receitas tributárias.

Mauro Benevides, que reconheceu o caráter polêmico da medida, defende um imposto temporário e condicionado à estabilização da dívida pública. Haveria isenção para transações financeiras de até R$ 3 mil ou R$ 4 mil. "Deixará 86% da população fora. Esse é o charme", afirmou Benevides, cujo programa também prevê medidas de corte de gastos.

O receituário expresso pelos conselheiros econômicos de Geraldo Alckmin (o economista Persio Arida), Jair Bolsonaro (Paulo Guedes), João Amôedo (Gustavo Franco) e Marina Silva (Eduardo Giannetti) vai em outra direção. Os quatro se colocaram contra a elevação da carga tributária. Sinalizaram, porém, a necessidade de ajustes no sistema tributário, tornando-o menos complexo e menos oneroso para os mais pobres.

"Não precisa aumentar imposto de jeito nenhum. Isso deve ser compromisso muito claro do próximo presidente", afirmou Franco. "Se for criar imposto, é para matar outros seis", disse Paulo Guedes.

Ex-presidente do BC, Arminio Fraga, que trabalha em projeto apartidário, admite que mais impostos podem ser necessários. "Vejo corte de gastos resolvendo três quartos do ajuste e um quarto resolvido com crescimento da economia, algum aumento de carga tributária, além do fim de desonerações." Ele já indicou não ser favorável, porém, ao uso da CPMF.

Marcio Pochmann, economista do PT, disse que mudanças na estrutura tributária serão pensadas como forma de reduzir a desigualdade social e de estimular setores estratégicos da economia. Ele não detalhou se as mudanças implicariam em aumento da carga tributária.